O Mundo do Papel

A burocracia e o dinheiro aborrecem-me. Ainda mais aborrecida fico se estivermos a falar de burocracia com dinheiro. É uma chatice.

Na sociedade de hoje em dia, só existimos se tivermos papel... dos *dois* tipos. Este facto é curioso, além de, digo e repito, me aborrecer tremendamente.
Claro que compreendo que se não houvesse burocracia muitas coisas seriam substancialmente menos passíveis de serem feitas, e seria tudo demasiado fácil. Fácil não é bom. Se tudo fosse demasiado fácil as coisas não tinham valor, ninguém se esforçava e provavelmente a raça humana já estaria extinta de tanto aborrecimento, da falta de um propósito.
Mas difícil também é uma chatice...

É inseguro. Comprometemo-nos com este e aquele pagamento, não sabemos o dia de amanhã, só temos a esperança de. A corda-bamba da esperança. Também não é à toa que a nossa bandeira de Portugal tem muito mais vermelho que verde; Nos dias de hoje só me parece significar muito sangue e pouca esperança.
Ou muita ferrugem e pouca natureza...

E no emaranhar dos papéis perdemos a cabeça. Tenho de ir buscar este documento, tenho de ir pagar isto e aquilo, mais um documento, mais um comprovativo, um certificado, uma, duas notas azulinhas, e agora lá foi uma castanha, quem me dera ter uma verde só pra mim, não deixem o estado e a sociedade levá-la, quero gastá-la só em mim.
E a cabeça dá sinais de existir, subitamente lembramo-nos que está lá. Porque dói. E lá vai um comprimido, dois, adormece e com ela adormecemos nós.

E acordamos novamente com contas para pagar e papéis para preencher, e lá nos lembramos: Sem papéis, não somos nada...

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